Há um momento, na vida de todos nós, em que o exercício da solidariedade, por ternura ou por amor ao próximo, não depende de remuneração. Creio que todos que cooperam para a realização desse projeto cultivam esse sentimento. Muitos me perguntam como iniciou este projeto. Assim, vou contar um pouco da história.

 

 

Alagoas faz parte da minha vida, pois o meu pai é alagoano e mesmo saindo da sua terra natal nunca perdeu o contato. Comprou uma casinha à beira-mar numa colônia de pescadores, onde apenas passávamos férias, a minha mãe que sempre fez um trabalho voluntário com crianças menos favorecidas, no primeiro Natal que passamos lá, chamou os filhos do nosso vizinho pescador para entregar uns presentinhos. Ninguém sabia ainda o que isto representava.

 

No segundo ano chegaram cartas de outras crianças pedindo presentes ao Papai Noel. Eis a pergunta: Como atender aos pedidos? Com as cartas nas mãos minha mãe saiu pedindo aos parentes e amigos que atendessem aos pedidos das crianças daquela comunidade. Inicialmente 15 cartinhas. No segundo ano a novidade se espalhou, até porque o Papai Noel chega pela primeira vez àquela comunidade! E para nosso espanto, uma senhora com seus 60 anos chora, agradecendo por ter conhecido o Papai Noel de perto.

 

Que alegria! A meninada corria gritando: "Papai Noel, Papai Noel!!!" A família Silva (do meu pai) a família Noronha (da minha mãe) juntam-se mais uma vez! Amigos de ambos os lados contribuem muito! As organizadoras passam o ano inteiro para preparar o kits,  que contém brinquedo, roupas, material escolar e de higiene. Hoje, o Papai Noel (que tem cargo cativo) chega sempre em uma carroça trazendo os presentes preparados pelos seus ajudantes anônimos.

Hoje, 240 crianças da comunidade e seus familiares participam desta festa.